sábado, 22 de agosto de 2015




Muitas peças faltavam,
Muitas peças no quebra-cabeça da minha existência.
Suas faltas me impediam,
De entender o todo ajustado,
De entender a cena, no segundo fragmentado,
Do qual eu era um detalhe desajustado.
Uma peça perdida em qualquer lugar
Me impedia...
Me impedia de passar adiante,
Me impedia de quebrar os ciclos...

Das horas,
Dos dias
Das semanas
Dos meses
Anos e séculos
Ciclos impostos pela consciência coletiva...

Átomo
Molécula
Matéria
Universo
Universos
O que mais? Infinidades multidirecionais do espaço.

Muitas peças faltam nesses meus quebra-cabeças...

sábado, 19 de julho de 2014














Vi, em um dos meus infinitos multiuniveros,
Teu corpo incólume escapando de todos os ferimentos.
Vi em meus multiuniversos os eventos únicos que desejei acontecer neste:
Vi sistemas de planos planejarem planos que deram certo!
Vi galáxias de felicidade serem felizes a primeira vista!
Vi a verdade não mentir e nem omitir as verdades a cometas!
Vi a sinceridade ser sincera diante dos meus olhos de água!


Porque esse meu multiuniverso, ponto de probabilidade, 
Foi aleatoriamente escolhido com a sorte do desgosto...

segunda-feira, 9 de junho de 2014






















O calor irradiado do seu corpo inflamado atraiu-me.
Tuas palavras, voláteis, soltas pelo ar, invadiram as minhas narinas e seduziram-me, pouco a pouco.
Fui afogado num mar de fogo que teu corpo empilhado produzia...

Mas todo teu incêndio foi-se!
Como se vão os incêndios produzidos pelas folhas secas e papéis abandonados.

... Foi-se, deixando cicatrizes cinzentas em minha descontínua pele.

quinta-feira, 17 de abril de 2014















Fui queimado e cremado pela chama incandescente de teu isqueiro.
Penetrei em tuas irritadas vias aéreas e me impregnei em teus alvéolos quase em colapso;
Transformei-me, aprisionado em você, em idéias, sensações e sentimentos;
Retornei, em baforadas fumacentas soltas em redemoinhos no ar;
E entre teus dedos sujos e impregnados meus minutos de utilidade eram controlados...

E consumido a cada trago ansioso de tua boca...

sexta-feira, 7 de março de 2014





Tu que dominas e consome o tempo dos homens,
Me rendes diariamente ao tragar da luz
e me transporta entre mundos, mundos particulares.
Arranca-me da realidade fatal e
translada-me para um mundo de possibilidades,
Onde as leis e teorias do mundo físico são somente mais ideias
como qualquer outra ideia.
Porque tudo é ideia! 
Subjugas minha fina e disruptiva consciência
E faz emergir, como os corpos desovados, a minha inconsciência decomposta
Mostrando-me de que fatidicamente sou feito.

Tu, que me apaga as marcas no peito chagásico
E como uma brisa fresca ao meio dia, carregas o indesejável

... venha sobre mim.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014




















Fui transladado do céu ao inferno em frações de pensamentos desacelerados. Vi, em preciosos olhos d'água a infalível medusa do amor. Seus sedutores cabelos urticantes deslizavam e desfaziam em seu caminho as mais angulares vértices em duras pedras polidas e arredondadas. Bagunçava toda minha cabeça e corpo e causava injúrias ao meu delicado estômago. Ensinava ao maior dos amantes que o amor, ah o amor é a arte dos que dominam a malícia e dos que jogam sem disposição a perdidas...

...Desidratava-me a alma, secava-me as larvas e mostrava-me que as borboletas em minha barriga dilatada era puro saudosismo cinematográfico de tempos e momentos não vividos.

domingo, 3 de novembro de 2013



Filtrei a luz do dia.
Filtrei através das lentes escuras, oculares da percepção;
Luz de um dia de chuva, de escuridão, de medo.
A luz que faz tão bem aos meus verdes foliares;
Dilacera os meus delicados nervos globulares;
Mostra-me a verdade nua e crua.
Mostra-me a legião de pessoas que carrego,
Em minhas fissuras cerebrais,
Mostra-me os amores que nunca me abandonam...
Mostra-me a fragilidade de tudo que vive;
Em seu inspirar e expirar;
Que torna tudo completamente cheio...

Ou vazio.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

...



Pensamentos programados em matrizes matemáticas
Acertam-me os olhos, rasgam-me as retinas e dilaceram minha garganta.
Eu penso, porque tanta frieza nos passos dos amantes de hoje em dia?
É essa a percepção da minha inexperiência, ou os calos daqueles que amaram demais?
Desejo sempre os botões automáticos dos meus controles remotos,
Mas foram eles educados na incompetência de ensinamentos da geração ultra e passada...

Meu vermelho amarelou, e as batidas pulsantes que traziam seu nome são agora somente batidas. E o vermelho desejou ser verde, como as folhas que moram dentro de mim...

sexta-feira, 5 de julho de 2013

...



Debaixo te vi caindo em minha direção;
Vencendo as desgastantes camadas de ar;
Senti a urgência em sua aceleração;
E a tua pressa em fazer parte de mim.
Voei ao teu encontro,
Rompi as grossas e cinzas camadas de nuvens de tua alma,
Agarrei-te em minhas mãos, te levei mais alto,
E mostrei-te a mais bela visão de minha vida:

A perturbadora paz acima de toda aquela tempestade.

..



Transfiguro-me sempre,
Como tudo o que existe
Em seus diferentes estados de ser.
Passo, transpasso, nomadeio em idéias;
E como na natureza intrínseca das folhas
Amarelo-me, cedo, caio, dilacero em dimensões...
E nasço outra vez VERDE!