terça-feira, 26 de junho de 2012



Trilhei em milhares de milhões de segundos os caminhos ladrilhados do tempo. Fui ignorado no tempo por aqueles outros e pelo próprio eu na tentativa não entender a realidade, de esquecer a dor... Senti as dores universais, vividas por tudo aquilo que depende do meu verde, a dor de perder o tempo, em seus preciosos segundos escoados pelo ralo da vida cheia de pratos. Lamentei a perda de tempo de lamentar! Desejei os pixels, minha janela de contemplação do mundo, da beleza de ser gente, da sua arte que me humaniza, mas na eterna insatisfação de viver recebi as promessas de você.

Libertei minhas palavras em poder e criei meus deuses, deuses desastrados. Meu mundo não foi criado para idealistas como aquele que foi criado em 7 dias (sim, em 7 dias). Meu mundo foi criado em 819 milhões de segundos, montado nos alicerces delicado das palavras, idéias e experiências. 

Fui, aos poucos acordado pelo toque. Senti as dores e os enjôos. Fui dominado então pelas ressacas de verdade, reflexo da bebedeira de palavras da noite anterior.

sábado, 19 de maio de 2012



Ouvi as gotas do tempo escoando seus preciosos segundos de vida. A cada pingar dos seus tão vívidos e universais tic-tacs fui tornando-me repleto, repleto de ausências. Percebi em algum canto escondido que todos somos, todos nós, repletos das ausências de amores e dissabores. Sempre fui nostálgico, exceto por aqueles momentos em que vaguei fora de mim.   Andei por pensamentos programados do subconsciente da rotina e contemplei nestes segundos, os mui narcisos, todos eles afogados em si mesmos. Procurei além e vi, surgindo como nuvens, milhares dos números, das leis e teoremas da verdade. Costurei os lábios. Calei os pensamentos... Fui dominado por surtos de irreflexo. 

Passeei entre corpos de semideuses, movidos pelo fôlego de "sei lá o quê". Senti-me vivo ao contemplar a beleza dos passos, do ritmo, da disciplina que carregavam os teus corpos cheio de vida e risos. Tomei banhos de luz, na presença 3,75587 sóis e senti as cores do meu verde azulado, musgo, cana, mar tornado-se a cada  irradiar, mais forte!

domingo, 11 de março de 2012




Rasguei os pacotes e sacos planejados pelos diretores do mundo, da forma, do belo! Juntei, aos poucos, cacos... cacos de mim, espalhados por todos os cantos da minha sala e montei figuras psicodélicas e desajeitadas, tentativa vã de descrever-se aos que não sabem ler, ver e nem ouvir. Busquei o conforto do sangue, mas foi nos amigos que encontrei a verdadeira vontade de estar e de ser. A depressão naturalizada dos tempos da desinformação e da instantaneidade perfundiu minhas palavras, textos, pensamentos, memórias, lembranças. Senti frio... Senti a agressividade das palavras, das frases sentenciadas à morte por mim e a vil delicadeza das atitudes. A tal raiva naturalizada!!! 

Tomei doses e doses de coragem em companhia daqueles que não me deram conforto. Senti então as mil verdades trazidas dos momentos de embriaguez. Vi a coragem, não no pulso, mas nas palavras e desejei diante das sentenças não faladas, os copos e as garrafadas de não sobriedade.

sábado, 28 de janeiro de 2012


Vi, entre milhares de portas e janelas, links virtuais de viagens entre universos paralelos. Capturei nessas janelas quadridimensionais, olhos, almas, vidas em cliques fotográficos de curiosidades. Senti amores, sabores, desejos e em segundos interrompidos a negação de tudo isso. Senti os ecos sonoros do coração, da platéia, dos olhos postos em mim, e por infinitos segundos me senti tão especial como qualquer um outro. Perdi o controle das palavras ensaiadas, dos comportamentos aprendidos e da atenção a quem deveria ser dada. Jurei. Fiz juras, até juras de amor, porque jurar e não amar é o que me faz bem.

Fui surpreendido pelo inusitado, como de costume, por que sempre o inusitado me surpreende, e compreendi que até aqui, até esse momento de linhas loucas e possuídas, de vida, de superações, de resistência, DE FOLHAS DE SONHOS, foi até aqui que o inusitado me trouxe!