segunda-feira, 28 de março de 2011




Verdades concretas derramaram-se de sua boca, escoaram até os meus ouvidos e atingiram-me num tom arrogante e ingênuo, próprio daqueles que conhecem a tudo. Minhas estruturas montadas sobre areias abalaram-se e vi em frações de segundos um mundo de significância ser atraído para o chão. FATOS! Fatos me sugaram para um universo surreal onde virtual e real fundiram-se. O que é real ou virtual? Onde está a tênue linha que separa o natural e o sobrenatural?

Senti dores e tristezas não alheias, acreditei na ciência concreta, orei. Pedi a todos, seja lá quem sejam, ou o que sejam que façam o bem a quem o merece, mas fui cercado pelo silêncio sempre destinado àqueles que oram. Acreditei... Aprendi novamente o que sabia, desliguei as luzes do pensamento e fui lentamente deixando de existir.

quinta-feira, 3 de março de 2011



A lei que governa todos os seus corpos agarrou as minhas entranhas poderosamente. Ela me manteve firme, preso ao chão, como de costume, mas não foi exatamente isso que desejei. Multidões de letras organizaram-se em palavras e em frases que tomaram um sentido pra mim, e como em frente a espelhos senti a dor de ver a própria imagem, mas com exageros de muitos defeitos. Fiz perguntas ao tempo, o senhor de quase tudo, perguntei sobre o eu que sou ou sobre o eu que queria, mas não obtive respostas, somente o desolador silêncio e o hálito quente de sua boca. Naufraguei nos mares conhecidos da omissão, e senti o amargo sabor de suas águas. Eu mereci! Mereci a frieza de tuas águas examinando meu corpo quente e vivo, então suas turbulentas ondas afogaram-me. Produzi idéias, criei coerência, falhei na tentativa de manter-me na superfície. 

Fui possuído violento e obscenamente por águas frias, mas o meu corpo agarrou-se a esperança de calor da idéia de vocês.

Sou ilha, como qualquer ser que vive. Mas eu não desejo ser...