Transitei por ruas, becos. Passei
por portas, atravessei corredores que se levavam a outras portas. Penetrei por
salas, universos desconhecidos, tão grandes, tão cheios e ao mesmo tempo vazios.
Terminei em mim, com aquelas perguntas tão particularmente universais e um
alarme, ah o alarme, que soava ruidosamente dizendo: “something is missing...”
sim, desse jeito e nessa língua. Acordei, acordei mergulhado em sonhos. Sonhos
dentro de sonhos, labirintos. Ouvi perguntas: “para onde? Para onde? Para onde
você está correndo?”, uma bela reflexão! Vi muitas coisas nesse momento
frenético do sono onde segundos eram transladados em horas e segundos. Vi o mal
oprimir e vencer o bem. Perguntei-me: “Porque sempre contamos o contrario?
Porque dizemos que somos a maioria?”. Percebi que sim, somos a maioria. A
maioria distraída com o medo. Vi palavras soltas e libertas no ar. Devassas,
prostituídas, sem nenhum pudor, mas livre de todos os significados a que lhe eram atribuídas, e de verdade: O caos! Vi corpos se chocarem à velocidade da
luz, verdadeiros raios negros a soltarem faíscas e um alarme a tentar me
acordar desses sonhos dentro de sonhos: “something is missing”. Portas dentro
de portas, caixas dentro de caixas.
Também vi a morte do amor por
breves segundos que pareceram horas.. e
sua ressurreição não em 3 dias, mas ao primeiro sorriso embutido com as goladas
da vida.