Rasguei os pacotes e sacos planejados pelos diretores do
mundo, da forma, do belo! Juntei, aos poucos, cacos... cacos de mim, espalhados
por todos os cantos da minha sala e montei figuras psicodélicas e
desajeitadas, tentativa vã de descrever-se aos que não sabem ler, ver e nem
ouvir. Busquei o conforto do sangue, mas foi nos amigos que encontrei a
verdadeira vontade de estar e de ser. A depressão naturalizada dos tempos da
desinformação e da instantaneidade perfundiu minhas palavras, textos,
pensamentos, memórias, lembranças. Senti frio... Senti a agressividade das
palavras, das frases sentenciadas à morte por mim e a vil delicadeza das
atitudes. A tal raiva naturalizada!!!
Tomei doses e doses de coragem em companhia daqueles que não me deram conforto. Senti então as mil verdades trazidas dos momentos de
embriaguez. Vi a coragem, não no pulso, mas nas palavras e desejei diante das
sentenças não faladas, os copos e as garrafadas de não sobriedade.
2 comentários:
Você tem uma forma de escrever que me chamou muito atenção. O uso de metáforas, o jogo com as palavras.
Acredito que, às vezes, no caos, encontramos sim uma maneira de voltarmos a nós ou, até mesmo, encontrarmos a nossa essência.
Fernando Pessoa, em seu poema Tabacaria escreve: “Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” (yesssss) Mas uma pergunta nos persegue e quase sempre nos tira o sono... "e a tal felicidade?"
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