O PRÓXIMO

O dia sempre nos guarda surpresas e reflexões. Se observássemos mais ao nosso redor as coisas que nos rodeiam e que acontecem diante de nós poderíamos tirar boas lições todos os dias.

O sofrimento sempre me sensibiliza, principalmente quando é um sofrimento de uma criança. Certo dia fui à Lapa carregar meu maldito Salvador Card. Depois de ter feito isso, descendo por uma escada suja para dar continuidade ao meu rumo, vi uma pessoa( ou um projeto dela), sentada no chão com uma caixa de isopor em seu colo chorando. Era uma criança, na verdade um adolescente, mas que pra mim era uma criança. Ele aparentava ter mais ou menos uns 11 anos. Ao seu lado em pé, uma senhora tentava ajudá-lo. Ela perguntava a ele o que tinha acontecido, mas ele nada falava, apenas chorava como quem não deseja ser ajudado. Eu passei por eles, observei... Senti uma imensa vontade de parar, e tentar ajuda-lo também. Mas eu não fiz!! Eu passei direto e continuei a minha rotina, mas dessa vez muito triste não pelo garoto, mas por mim que não tive a coragem de tentar ajuda-lo, que não tive a coragem de fazer meu dia diferente, mais feliz, com menos rotina... Me senti mal!

Aguardando o ônibus, pude continuar observando o garoto. Ele continuava sentado, chorando... A senhora que tentava ajuda-lo já tinha desistido, ela foi a única (que eu pude observar) que tentou ajudar ao garoto (talvez por ser mãe eu acredito). Mas o que mais me surpreendeu foi que as pessoas que passavam pelo garoto faziam o mesmo que eu: passavam, observavam, se sensibilizavam, mas não faziam nada! Passavam direto. Niguém, nenhuma alma piedosa parou ao menos para dizer uma boa palavra , uma palavra de ânimo ao garoto, e olha que palavras nem custam dinheiro!!! Algumas pessoas nem viam o garoto, outras o ignoravam, talvez por acharem ter problemas grandes demais.

Desta experiência me ocorreu uma coisa: Nós, pessoas de bem, preocupadas com os outros, fazemos isso todos os dias. Preferimos ignorar o sofrimento alheio que doar um pouco do nosso tempo, do nosso dinheiro, daquilo que temos, para ajudar pessoas que precisam de nós no exato momento que elas precisam de nós e que nós precisamos dela para aprendermos a viver um pouco melho. Essa experiência me lembrou as palavras de uma pessoa que eu admiro muito: Jesus!! Não querendo ser muito religioso, Ele nos ensinou sobre quem é nosso próximo com a Parábola do bom Samaritano, uma linda história. A quem interessar Lucas 10. 25-37.

Altruísmo!!!